Chupeta Lelete

Ela é top

A bam-bam-bam do ibope

Ligo a TV, ela tá

Ligo o rádio, ela tá no ar

Abro a revista, o jornal, ela lá

Ligo o computador, celular, ela tá na rede, já

No cinema, no filme em cartaz, no outdoor, no telão

Ela é de multimeios, peça central, objeto principal.

Chupeta Lelete de exibição espetacular

De visibilidade sensacional

Provoca, desperta desejos, emoções, tentações, confusões

Globalizada, via satélite, em um segundo, uma chupeta distrai

Ilude a boca escancarada, chorosa do mundo

Lelete vai do tradicional ao atual num piscar de olhos

E lança modos, estilos, ideias, pensamentos, comportamentos

Elástica, flexível, na mão do bem e do mal

Ela é um meio viável de circular/tornar popular, boatos/fetiches.

Entre o certo e o errado, ela topa, encara ambos os lados

A serviço de uma comunicação corrupta, que mimetiza, furta a cor dos fatos

Maquia, transfigura, sensacionaliza qualquer notícia

Chupeta Lelete é artifício primordial, usado quando se quer veicular informações maldosas, distorcidas, venenosas.

Assim, tome chupeta Lelete maldosa na boca do povo lá

Tome chupeta Lelete distorcida na boca do povo cá

Tome chupeta Lelete venenosa na boca do povo de todo lugar

Povo que se presa, adora uma mamada

Então cai de boca na chupeta contaminada de enganação

E mama, mama, mama até arrotar uma ignorância azeda

De mal estar, vomitar asneiras

E escarra baboseiras.

De boca em boca, Lelete vedete, difama fatos, prostitui verdades, dissimula realidades

A seu modo, interesse, bel-prazer

E tome Lelete na boca do leitor, para mamar e não esquecer do sabor

De uma chupeta vagabunda, imoral, sem pudor.